segunda-feira, 28 de março de 2011

Arroz doce ao leite de coco

Numa noite de janeiro de 1996, sonhei que me jogava numa piscina cheia de arroz-doce, onde chafurdava com a graça de um boto. É meu doce preferido - o arroz-doce, não o boto - e por isso, em 1991, em um restaurante de Madri, pedi quatro pratos de arroz-doce e, para complementar, um quinto, de sobremesa. Comi todos eles sem piscar, com a vaga esperança de que aquele nostálgico prato da minha infância me ajudaria a suportar a angústia de ver minha filha muito doente. Nem minha alma nem minha filha se aliviaram, mas o arroz-doce ficou associado na minha memória a consolo espiritual. No sonho, em compensação, não havia nada de elevado: eu mergulhava e esse creme delicioso acariciava minha pele, escorregava entre minhas dobras e enchia a minha boca.

(Allende, Isabel. Contos, receitas e outros afrodisíacos)
Comi em um restaurante uma sobremesa de arroz doce com leite de coco e quis tentar reproduzir em casa. Cozinhei meia xícara de arroz de grão curto em duas xícaras de água com uma pitada de sal. Deixei secar, juntei uma caixinha de leite de coco, uma estrela de anis e as sementes de um grão de cardamomo. Deixei cozinhar mais um pouco. Estando bem macio o grão e parte do leite já absorvido, juntei duas colheres de açúcar e deixei ferver mais alguns minutos.
Era para ter deixado esfriar, mas ficou tão bom que foi traçado quentinho mesmo.



Na verdade, não sei se ficou exatamente igual ao que comi no restaurante... Acho que preciso experimentar de novo os dois para poder comparar rsrsrs.

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