domingo, 11 de julho de 2010

Arroz de carreteiro light

Depois do churrasco, o arroz de carreteiro é o prato mais conhecido da cozinha gaúcha. Freqüenta muito a mesa dos gaúchos, seja o tradicioal, seja na versão meio a meio de charque e carne, seja feito somente com carne ou até com sobras de churrasco.
Eu gosto muito do prato quando feito com charque. Na versão tradicional, leva poucos ingredientes, como explica Glauco Saraiva em sua receita, tão bem escrita que é quase uma poesia:

"De tão antigo e falado, alguns já estão comendo o nome deste prato, reduzindo-o apenas a "carreteiro". Mas vamos à receita. Escolha o charque e muito bem, dando preferência ao de manta grossa, encapado de graxa. Dele depende o sucesso final. A operação mais importante é tirar o excesso de sal desta matéria-prima. A maneira ideal é deixá-lo de molho, em pedaços graúdos, desde a véspera, trocando, quantas vezes forem necessárias, a água, até desalgá-lo ao ponto. Quando se trata de um arroz de carreteiro de última hora, a maneira prática é picá-lo e submeter o guisado a uma, duas ou quantas fervuras forem necessárias. Mas seguindo o preparo normal, vamos escorrer o charque tratado de véspera. O guisado pode ser miúdo, médio ou graúdo. O arroz já está lavado e escolhido. A água fervendo. Panela com banha quente. Ponha o picado de charque e frite. Depois coloque o arroz e vá fritando junto até ficar solto. Agora, a água fervendo como nas receitas anteriores, e a quantidade — para mais ou para menos — determinará o arroz solto ou molhado, como já foi dito. E alce o nariz, olfateando, porque o cheiro é irresistível. Este é o "arroz de carreteiro" tradicional. Simples sem segredos, fantasias ou sofisticações. Entretanto, como se sabe, o fato folclórico é dinâmico, sujeito a transformações no decorrer do tempo. (Saraiva, Glaucus. "Culinária gauchesca". Correio do Povo. Porto Alegre, 14 de dezembro de 1976)

Aproveitando a versatilidade do arroz de carreteiro, fiz uma versão mais ‘light’, usando charque magro e pouca gordura na preparação. Dá para quatro pessoas como acompanhamento, ou duas se for prato único.

De véspera, coloquei um quarto de quilo de charque de molho em água, trocando a água algumas vezes. Fervi o charque em uma panela, com água, para dessalgar bem. Cortei em cubinhos. Podem ser cubos pequenos, médios ou grandes. Eu prefiro médios.








Escolhi e lavei duas xícaras de arroz. Aqueci uma panela, coloquei uma colher de banha, fritei uma cebola picada, juntei o charque, fritei bem, juntei o arroz escorrido e continuei fritando até ficar bem solto.




Juntei água fervendo. Pode colocar mais ou menos água, conforme goste do arroz mais solto ou mais molhado. Como prefiro bem molhadinho, cobri o arroz em três dedos.



Desliguei quando ainda estava com um pouco de caldo, deixando descansar alguns minutos antes de servir.


Servi como prato único. Para completar a refeição, só um pouco de salsinha e de ovos cozidos picados. Tomei uma taça de vinho tinto - gaúcho também.

3 comentários:

  1. Eu gosto de carreteiro mas com carne de churrasco, porque não consigo comer carne de sol ou charque. Mas que é bom o danado é né?
    =D
    Lilica, você já tá participando da promoção do Arte? Se não estiver corre lá.
    Beijos

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  2. Fla, não tinha visto o teu comentário, perdi a promoção... chuif chuif

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  3. owjdolkasçdpas.
    dwefçpef kfsdkf

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