Geléia de amoras

A menina selvagem carrega punhados
de renda,
sacode soltas espumas.
Alimenta peixes ariscos e renitentes papagaios.
E há de relance, no seu riso,
gume de aço e polpa de amora.
(Henriqueta Lisboa, A Menina Selvagem)

Aproveitando as muitas amoras que ganhei de presente, resolvi preparar uma geléia.

Lavei as amoras, separei algumas, liquidifiquei grosseiramente as restantes com um pouquinho de água no liquidificador. Coloquei o suco de amoras num tacho. Não coei o suco, deixei bem pedaçudo, até porque queria uma geléia bem rústica, selvagem, incluisve com as sementinhas, mas se quiser, bata mais e passe por peneira.

Adicionei uma xícara de açúcar cristal para cada três xícaras de amoras e deixei ferver, mexendo de vez em quando e retirando com uma escumadeira a espuma que se formava.

Quando estava parando de espumar, juntei três colheres de vodca (ajuda a manter a cor) e o restante das amoras, baixei o fogo e deixei apurar, mexendo às vezes, até engrossar.

Coloquei a geléia ainda fervente em vidros escaldados.  

Ficou uma geléia com uma cor linda, não muito doce, perfeita para comer com pão, com queijo, ou para incrementar o vinagrete da salada, ou para cobrir o cheesecake, ou para acompanhar o sorvete, ou para colorir a panna cotta... Comida assim, pura, às colheradas, suspeito que cura até dor de cotovelo! :)