Arroz com leite

“El arroz com leche era famoso em Palermo y aunque no lo hubiera sido, mi apetito lo era;

de modo que empecé a sentir esa sensación de agua en la boca ante el prospecto que se me presentava,

de un platito que debía ser un platazo, según el estilo criollo de la casa.”
(Lucio Mansilla, Los siete platos de arroz con leche)

O arroz com leite é uma sobremesa comum na mesa do gaúcho, oriundo da época da colonização do estado pelos espanhóis e portugueses. É um prato que tem muitas variantes. A minha versão preferida é a tradicional, em que o arroz é cozido previamente em água, e não leva leite condensado. Uma das minhas receitas favoritas de arroz doce é a do livro Cozinhar é preciso, de Henriqueta Henriques, na qual esta receita se inspira.
Fiz assim: levei ao fogo em uma panela grande duas xícaras de arroz de grão curto, duas xícaras de água, um pau de canela, três cravos e uma tira de casca de limão. Em outra panela, aqueci dois litros de leite. Quando o arroz começou a secar, juntei o leite fervente, reservando meia xícara. Deixei cozinhar até o arroz amaciar bem, mexendo às vezes. Nesse ponto, bati três gemas com uma colher de açúcar, juntei a meia xícara de leite que estava reservada e adicionei à panela, mexendo. Cozinhei por mais cinco minutos, juntei mais três xícaras de açúcar, deixei ferver e desliguei o fogo. O ponto pode ser mais ou menos cremoso, conforme o gosto. Fica mais grosso ao esfriar.

Pode servir morno, frio ou gelado, polvilhado com canela em pó.




É certo que comer sete pratos deste arroz, como fez o autor do texto que abriu este post, é um pouco de exagero, mas que dá vontade de repetir, ah, isso dá.