quarta-feira, 3 de julho de 2013

Sopa de pedra do Pedro Malasartes, ops, sopa de milho verde e cebolinha

A velha não se conteve:– Oi, moço, tá cozinhando pedra?– Ora, pois sim senhora, dona – respondeu o Pedro. – Vou fazer uma sopa.– Sopa de pedra? – perguntou a velha com uma careta. – Essa não, seu moço! Onde já se viu isso?– Pois garanto que dá uma sopa pra lá de boa.– Demora muito pra cozinhar? – perguntou a velha ainda duvidando.– Demora um bocado.– E dá pra comer?– Claro, dona! Então eu ia perder tempo à toa?

Nesta sopa, o uso das espigas do milho para dar sabor ao caldo me fez lembrar da famosa estória da sopa de pedra, que eu, menina criada pelos avós, ouvi muitas vezes quando criança. Meu avô era um grande contador de 'causos' principalmente à noite em torno do fogo de chão. Uma das minhas favoritas era a história de Pedro Malasartes e da sopa de pedra. 
Nesta sopa as espigas de milho, depois de 'desgranadas', são usadas apenas para dar sabor ao caldo, e ao final são descartadas, assim como as pedras da famosa história.  
A sopa fica deliciosa, o uso das espigas faz diferença e realça o perfume e o sabor da sopa. O caldo cremoso faz um ótimo contraste com o refogadinho picante com cebolinha - porque sopa de pedra fica bem melhor com um temperinho, né? ;).
Se não tiver milho em espiga, vai de milho em lata mesmo, só não deixe de provar a sopa, se puder em boa companhia para se divertir com a estória do caipira esperto e da mulher sovina... Vai uma sopa 'de pedra' aí? 

Ingredientes 
6 espigas de milho, ou 2 latas de milho 
1 colher de manteiga
1 fio de óleo
1 cebola pequena picada
1 dente de alho, picado
1 batata descascada e cortada em pedaços
1 litro de água ou caldo 
1 maço de cebolinhas verdes picadas
1 pimenta cambuci ou pimentão vermelho 

Modo de fazer 
Se usar milho fresco, retirar os grãos das espigas de milho, reservando as espigas. 
Em uma panela, aquecer metade da manteiga com um fio de óleo, refogar a cebola, juntar o alho e metade da cebolinha, refogar mais um pouco. Juntar dois terços dos grãos de milho e a batata picada. Refogar mais um pouco. Juntar a água ou caldo e as espigas, cozinhar por 15 minutos.
Deixar esfriar um pouco, descartar as espigas, liquidificar a sopa, retornar à panela, temperar com sal e pimenta.  
Em separado, aquecer o restante da manteiga, refogar a cebolinha restante, juntar a pimenta picada e o milho reservado e  refogar, pingando água e mexendo às vezes, até tostar e cozinhar o milho.
Servir a sopa com uma generosa colherada do refogado de milho e cebolinha. 

3 comentários:

  1. Que legal essa receita! Ouvi há muito tempo essa historia da sopa de pedra na escola, e é a mais gosto e lembro até hoje! haha

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  2. Um caldo excelente, traz o sabor natural do campo.

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  3. Eu ouvia a história desde criança, era um dos personagens preferidos do meu avô. Obrigada, Dionisio, é verdade mesmo! sabor de campo é coisa rara hoje em dia em que o frango vem em pedaços em embalagens de isopor, né?

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